quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Johnnie Walker, O pistoleiro de Satã. - CAPT. VII


"Johnnie Walker, O pistoleiro de Satã." É um conto seriado de JP, publicado todas as quintas-ferias aqui no Blog Contos Infindáveis. Perdeu o início? SIGA AQUI!

A disputa


Eram cerca de 3 da manhã quando Johnnie ouviu algum batendo em sua porta, ele se levantou, e como de costume com sua arma na mão, abriu a porta, e para sua surpresa quem ele viu foi a jovem índia Abayomi. Ela estava vestida com uma simples camisola além de um chále. Johnnie ainda sem entender o que ela fazia lá, perguntou:
- Senhorita, posso ajudá-la com algo?
- Na verdade, eu só queria velo, o senhor foi tão gentil comigo, eu pensei que. Você gostaria da minha companhia. – disse de forma meiga a linda índia
- Sim... – respondeu meio sem entender o que acontecia, e continuou – mais entre, entre, por favor.
Depois de um tempo conversando Johnnie deu um beijo inesperadamente nela, que retribuiu, e naquela noite fizeram sexo. Na manhã seguinte quando Abayomi saia do quarto de hóspedes da casa-grande, onde Johnnie estava, foi surpreendida por Billy. Billy era um homem já com seus 37 anos, grandalhão e um tanto quanto metido a valentão. Ele que cobiçava a jovem há muito tempo, ficou furioso quando a viu saindo do quarto de outro homem. Agarrou-a pelo braço e disse:
- Sua vagabunda, o que você fazia ae dentro?
- Me solte! Você não tem nada haver com isso! – disse a moça
- Você nunca quis nada comigo, mas com esse sujeitinho aí, sua piranha! – dito isso, Billy levantou a mão e quando ia dar um tapa no rosto da linda Abayomi, foi contido por Johnnie que tinha ouvido a confusão de dentro do quarto. Ele acertou um murro na cara do agressor de Abayomi, que caiu no chão. Nesse momento, o Sr. Marshal apareceu, e disse:
- O que significa isso?
- Esse maldito filhodaputa, queria bater nela! Esbravejou Johnnie, engatilhando seu revolver.
- Rapaz, contenha-se, lembre-se que você ainda está na minha casa. Explique-se Bill. – falou Sr. Marshal
- Essa vadia! Eu vi ela saindo do quarto desse bastardo. E o senhor se lembra que ela estava prometida para mim, pelo senhor. – disse Billy enquanto catava seus dentes no chão.
- Oh Billy, você sabe que eu disse que iria “ver o que podia fazer”, não prometi nada. – explicou pacientemente o Sr. Marshal. – Mas e agora, como irei resolver esse problem...
- Deixe- me matá-lo! – interrompeu Johnnie.
- Fique sossegado filho, temos um duplo problema aqui, você foi ofendido, e a moça foi agredida pelo Billy, porém você “roubou” a moça dele. Hum... Tenho uma idéia, vamo resolver isso de uma forma amigável, uma competição.
- Patrão, não me traia, mande matar esse vagabundo. – disse Billy.
- Calma aí filho, não to traindo ninguém, só quero ser justo. E, além disso, essa competição será útil, pra mim. Hoje amigos meus virão aqui e discutiremos, se eles vão ou não se aliar a mim, nessa peleja contra o maldito Josch Phineas.
- Mais que competição é essa? – perguntou Johnnie.
- Há-há-há, será um pega-pra-capar, sabe antigamente agente aqui da fazenda mandávamos os escravos jogarem isso. Agente vai dividir o Curral com uma linha traçada bem no meio, vamo acender uma pequena dinamite, perder quem tiver a dinamite detonada no seu campo, bem simples. Melhor que um duelo, ou algo assim, as chances de vocês morrerem é menorzinha. – disse gargalhando o Sr. Marshal.
- Mais o que agente ganha com isso patrão? – perguntou Billy
- Oras bolas Billy, é obvio quem ganhar fica com a índia pra ele, e outro... – Nesse momento Billy falou:
- Se eu ganhar eu também quero capar esse cachorro maldito, pra ele se lembrar de nunca mais comer a mulher de ninguém.
- Eu tenho escolha? – perguntou Johnnie
- Não! – disse rindo o Sr. Marshal
- E se eu me recusar? – Johnnie perguntou
- Rapaz, eu propuz isso para evitar uma matança, você sabe que aqui na fazenda todos os cowboys são amigos de Billy. Você estaria perdido se o assassinasse. – explicou o senhor Marshal.
- Eu aceito, de qualquer forma esse inútil não vai me ganhar, não ganharia nem se eu tiver com as mãos amarradas nas costas. Mas se eu ganhar eu não vou querer o pinto, desse viado escroto, eu vou querer essas duas colt “Dragoon”. – falou o confiante Johnnie
- Eu aceito, essas armas foram de meu pai, mas eu tenho certeza que vou te ganhar. – falou confiantemente Billy.
- Perfeito hoje teremos a disputa. – falou o Sr. Marshal, selando o acordo.
Mais tarde depois da reunião do Sr. Marshal, com seus futuros aliados, todos se dirigiram para fora da casa. Perto do curral sentado estava Johnnie, fumava um cigarro de palha. O Sr. Marshal havia preparado uma espécie de espetáculo. Billy estava parado perto da cerca encarando Johnnie, que foi até ele e disse:
- Hei, é melhor você deixar as minhas armas com o seu patrão. Não vou querer problemas pra pegá-las.
- Maldito vai pagar caro por isso, vou sorrir quando eu ver você virando um maldito capado.
- Veremos então seu cachorro. – Dizendo isso Johnnie foi para o meio do curral seguido por Billy.
Um velho cowboy foi até o acendeu a pequena dinamite com um grande pavio e a jogou no meio do curral. Johnnie e Billy correram para o meio, Johnnie tropeçou e caiu provavelmente por causa do ferimento de bala que ele havia tomado no dia anterior. Billy conseguiu pegar a dinamite e a lançou no lado de Johnnie. Ele por sua vez já havia conseguido se levantar, correu e com um salto pegou a dinamite e a arremessou do lado de Billy, quase fora dos limites do curral. Billy teve que correr muito depressa, saltou e conseguiu pegar a dinamite, que já estava com o seu pavio pela metade. Novamente Johnnie correu e saltou sobre a dinamite e a pegou. Porém dessa vez ele não a arremessou logo, ele caminhou mancando até o meio do “campo esportivo”. Todos se perguntavam o que aquele louco queria com aquilo.
- John, se livre logo disso, jogue logo no lado dele – gritou a índia Abayomi.
Johnnie calmamente olhou para a dinamite, viu que o seu pavio agora já estava perto do fim e arremessou o explosivo por cima de Billy, caindo atrás dele. Billy correu, e com um salto pegou a dinamite, mas não foi capaz de jogá-la de volta. A dinamite explodiu em sua mão, seu braço foi completamente esmigalhado, voando pedaços dele por todo o curral.Um grupo empregados da fazenda que assistiam a disputa foram ao encontro de Billy para socorrê-lo, o próprio Sr. Marshal ficou sem ação. Johnnie se aproximou que disse:
- Filho, isso foi incrível! Nunca vi ninguém com tamanho sangue-frio! Parabéns. – dizia o Sr. Marshal enquanto puxava um coro de palmas, que logo foi completo por todos os outros aristocratas que assistiram ao fato.
- Pare com isso, não sou um palhaço pra ficar entretendo vocês, só aceitei essa palhaça porque era o único jeito inteligente que eu vi para poder dar uma lição a aquele cachorro. – Falando isso Johnnie tomou das mãos do Sr. Marshal as armas que havia ganhado. E disse:
- Se não se importa, eu vou pro meu quarto, descansar.
Todos os outros fazendeiros ficaram impressionados coma frieza, habilidade e principalmente audácia do pistoleiro. Esse acontecimento ajudou aos planos do Sr. Marshal, pois todos resolveram apoiá-lo em seu plano de tomar o controle da cidade a força, já que o seu principal homem era um sujeito extraordinário.
Naquela noite passada toda a confusão Johnnie resolveu visita a Abayomi no dormitório dos empregos, que ficava na antiga senzala da fazenda. Quando Johnnie estava se aproximando dormitório, ouviu um homem gritando. Com dificuldade Johnnie correu para a direção dos gritos. Ele foi parar atrás dos estábulos, lá ele novamente se deparou com a besta que a cerca de um mês havia enfrentado. Ela devorava outro homem, um empregado da fazenda. Quando percebeu a presença de Johnnie ela se virou e o encarou fixamente.

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