quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Johnnie Walker, O pistoleiro de Satã. - CAPT. V

"Johnnie Walker, O pistoleiro de Satã." É um conto seriado de JP, publicado todas as quintas-ferias aqui no Blog Contos Infindáveis. Perdeu o início? SIGA AQUI!


O que se oculta nas sombras...





Quase cinco anos se passaram desde o incidente que condenou a John Walker uma vida de proscrito. Ele agora vivia viajando de cidade em cidade, sem rumo sobrevivendo com serviços de pistolagem. Ele havia percebido que era bom na arte de matar. Ele não sentia pena, não hesitava ao puxar um gatilho quando necessário. A grande verdade era que aquele menino havia tomado gosto por sangue desde o dia em que provou pela primeira vez, e agora ele havia se tornado um homem com muita sede de sangue.
Já tinha quase um mês que Johnnie estava estabelecido na cidade de Sacramento. Ele estava trabalhando como capanga de um grande fazendeiro da região, na verdade Johnnie já sentia os efeitos do tédio, desde a época em que vivia com seus pais e irmãos no Rancho Verdouro ele não conseguiu chamar de lar lugar algum, uma inquietação o fazia sempre rumar a lugares desconhecidos.
Johnnie havia exagerado na bebida naquela noite, por isso estava louco por uma bela noite de sono. Foi para o hotel onde estava hospedado, o Hotel La Villete, que estava sendo pago, por seu ressente empregador o Senhor Marshal, enquanto não estivesse disponível um alojamento, em sua fazenda. O Sr. Marshal além de seu patrão era o maior fazendeiro da região, e homem de muita influência.
Enquanto estava deitado em sua cama no quarto do hotel, Johnnie pegou no sono e sonhou. No sonho ele voltou aos seus quinze anos quando seus pais ainda eram vivos, o tempo em que ele podia ver seus irmãos sem colocá-los em risco, a época em que ele era tão feliz e não sabia. Já eram quase cinco e meia da madrugada e a lua cheia estava imponente no céu quando Johnnie acordou com gritos debaixo de sua janela. Ele prontamente se levantou, já com sua colt na mão e abriu a janela. Quando olhou para baixo, no beco escuro que ficava ao lado do hotel, viu uma cena horrível: uma moça loira de cerca de 20 anos, gritando e chorando. Á sua frente estava um vulto encoberto pelas sombras da noite. O vulto estava por sobre o corpo de um jovem rapaz, a criatura misteriosa estava devorando as vísceras do infeliz que ainda vivo, gritava de dor. A criatura que com o barulho feito por Johnnie ao abrir à janela, olhou para cima e com seus grandes olhos negros o encarou. Ela se assemelhava em muito com uma mulher. Com a pele vermelha, asas de morcego que despontavam em suas costas. Na sua testa haviam dois grandes chifres ondulados. Sua face parecia com uma mescla de mulher e lagarto, sempre colocando a língua para fora como se estivesse à procura de algum novo sabor ao seu paladar. A criatura que fitava ferozmente a Johnnie. Ela abriu suas enormes asas, e com um impulso saltou em direção da janela dele. Nesse momento Johnnie se assustou e deu um pulo para trás, tropeçou em suas botas que estavam largadas no chão e caiu. Do chão mesmo Johnnie começou a atirar na criatura. Acertou dois tiros no abdômen, três no tórax e um rente ao lábio dela. A besta era atingida, mais agia como se nada estivesse acontecendo, ela avançou ferozmente na direção dele que no último momento conseguiu rolar. A besta ensandecida deu um encontrão em um armário e o derrubou sobre si quando Johnnie desviou de seu ataque. A criatura arremessou o armário na parede, espatifando-o, John conseguiu pensar em um plano mais para isso ele tinha que se prostra á frente da janela. Quando a besta ia atacar novamente a ele, ouviu-se batidas na porta, era o Sr. Gregory, o dono do hotel. Ele batia na porta e gritava o nome de Johnnie, dizia que iria chamar o Xerife, o mandava abrir a porta, perguntava o que estava acontecendo ali dentro. A criatura quando ouviu as batidas avançou na porta, e com uma investida poderosa a derrubou empurrando o Sr. Gregory, para longe, desacordado. A investida foi tão violenta que ela também chegou sair do quarto. Essa foi a deixa para que Johnnie pudesse ficar na posição adequada para que seu plano desse certo. Ele ficou enfrente a janela com uma base firme. A besta se levantou, olhou fixamente nos olhos de Johnnie, que a chamou com um gesto de sua mão direita e disse: “Pode vir, sua vadia”. A besta avançou, sua bocarra medonha estava aberta, suas presas enormes e sujas de sangue estavam para fora. Ela saltou na direção dele abrindo as asas para ter mais impulso, as asas eram tão grandes mal cabiam no quarto. Quando ela ia atingir a John, ele segurou firmemente á seus chifres, assim como se faz com um touro, colocou o pé direito em sua cintura. E agilmente se deitou no chão, formando assim uma alavanca, com a qual conseguiu arremessar a besta fora do quarto pela janela. O “golpe” foi tão rápido e bem executado que ela nem ao menos conseguiu alçar vôo para evitar a queda. Johnnie se levantou rapidamente e pegou seu revolver descarregado, munições que estavam em seu cinturão sobre a cama, e foi até a janela. Quando olhou pela janela, ele viu a criatura se levantando, seu braço esquerdo estava torto, certamente o havia quebrado na queda na queda. Quando ela Olhou para cima, e se preparou para dar outro salto na direção de Johnnie (que já estava preparado para começar a atirar) sem nenhum motivo aparente ela não o fez. Ela desistiu e fulgiu para a direção contrária do nascer do sol.
O dia já raiava e Johnnie Walker não sabia ao certo o que foi tudo aquilo. Mesmo ainda em choque com a situação, pegou o banquinho que havia no canto do quarto, o colocou perto de um criado-mudo que havia do lado da cama. Abriu uma gaveta, e de lá tirou uma garrafa de Whisky. A abriu e deu um grande gole. Enquanto bebia, tentava digerir tudo o que tinha passado naquela noite.
Passados alguns instantes. Johnnie que ainda estava de pijama, se levantou, procurou suas roupas por entre os destroços do armário, se vestiu e foi até o dono do hotel. O Sr. Gregory estava desacordado, porém parecia estar bem. Johnnie deu três chutes de leve no dono do hotel. Que respondeu com algo que se assemelhava a gemidos de dor. Ele desceu até o primeiro andar. No trajeto viu vários olhos, que expiavam os acontecimentos, por gretas de portas entreabertas. Quando chegou ao primeiro andar, deu de cara com o Xerife Phil Simon:
- Filho, eu estava mesmo atrás de você! Mary me disse que ela e Greg ouviram um quebra-pau no seu quarto, Greg foi ver o que aconteceu e não voltou ainda. Mary está com muito medo, sabe, aconteceu um crime terrível aqui bem ao lado. Ela disse que você ta no meio disso! – disse o Xerife quase se atrapalhando com as palavras.
- Ela fala de mais – disse asperamente Johnnie – O Sr. Gregory está lá encima, desmaiado.
- Desmaiado? Rapaz o que você fez? Pode ir me dando boas explicações, ou... – dizia o Xerife quando foi interrompido por Johnnie.
- OU O QUE? Já disse que o senhor Gregory está lá encima, eu não tenho nenhuma culpa do que aconteceu. Se não acredita em mim, o Sr. Greg, é minha testemunha. Ele viu o verdadeiro “assassino”. – respondeu Johnnie, continuando – E é bom o senhor medir suas palavras, Xerife, por muito menos já enchi um putardo de bala. - concluiu ele, enquanto se dirigia para, fora.
Quando saiu, ele viu um grande tumulto. Uma pequena multidão estava amontoada ao redor do corpo do rapaz. A jovem loira que estava com ele, chorava incessantemente enquanto era consolada por três velhas senhoras. Johnnie se aproximou de Ralph, o oficial do Xerife, que estava levantando o lençol que cobria o cadáver. E disse:
- Como vai Oficial?
- Vou indo, mais da pra imaginar o problemão que temos aqui em nossas mãos – lamentou o oficial – Oh Deus! Parece que uma alcatéia de lobos devorou metade do rapaz.
- Não ficou nada bonito.
- Me diga, ouvi boatos que você viu o que fez isso, é preciso que você nos diga o que foi. Um leão da montanha, coiotes, chacais, lobos... O que fez isso ao rapaz? – indagou Ralph.
- Bem, eu estava bêbado, estava escuro, não posso dizer exatamente o que foi. Só posso dizer que era algo muito perigoso.
- Entendo...
- Por que vocês não tentam interrogar a menina? – pergunto Johnnie.
- Hum... Já tentamos... Mas ela parece estar em choque. Ainda não disse sequer uma palavra. – respondeu Ralph.
Johnnie ficou com aquilo em fixo em sua mente, ele estava quase que obcecado pelos acontecimentos daquela noite. Quase quinze dias se passaram o boato de que uma fera estava à solta na cidade já corria, e todos temiam. Alguns eram descrentes quanto à natureza mística da besta, porém, sabiam quem algo estranho estava acontecendo. Era um período de tensão, outros três ataques a homens nas mesmas circunstancias aconteceram. Grupos de vigilância e de caça á besta pipocavam, pela cidade de Sacramento. Pistoleiros de outras regiões vinham aos montes, todos queriam por a mão na recompensa que o Prefeito da cidade, Josch Phineas tinha colocado em aberto.

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