quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Johnnie Walker, O pistoleiro de Satã. - CAPT. II


"Johnnie Walker, O pistoleiro de Satã." É um conto seriado de JP, publicado semanalmente aqui no Blog Contos Infindáveis. Perdeu o início? SIGA AQUI!

O Gênese de um MEIO-PSICOPATA



Debaixo de uma árvore nos fundos do Rancho Verdouro, tirando um cochilo, está John. Um rapaz de 16 anos nem alto nem baixo, magro, mal chega aos 65 kilos, o tipo que não se destaca na multidão. Johnnie vivia sempre com a cara fechada, a não ser quando estava com Ally, sua namorada ou na companhia de seu pai o xerife Wallace Axe Walker. A primeira vista mesmo mal encarado Johnnie não parecia nem um pouco ameaçador,a quem olhasse aquele menino inofensivo não podia imaginar o futuro manchado de sangue que lhe aguarda.
Já passava das 18 horas, e o Xerife Walker estava atrasado para o jantar, isso não era comum já que ele era sempre muito pontual. Às 20 horas ouvisse barulho de cavalos ao longe, o irmão menor de Johnn vai até a entrada do rancho, cumprimentar o pai, mais ao invés da figura de seu pai o que ele vê são três homens, um bem vestido com um terno preto, os outros dois usavam roupas surradas do tipo que se usa para trabalhar no campo. Eles eram da cidade, estavam lá com uma missão ingrata.
- Bryan chame sua mãe, tenho assuntos sérios a tratar com ela. - Disse o homem de terno preto, o Sr. Walesa amigo de longa data do pai de John.
- Não posso. Minha mãe está acamada já faz cinco dias, sou proibido de incomodá-la com qualquer coisa - Respondeu o menino com educação.
- Então me traga aqui seu irmão mais velho - disse Sr. Walles
Bryan se foi e voltou alguns instantes depois na companhia de seu irmão que curioso perguntou:
- Padrinho o que foi? Aconteceu algo a meu pai? Você sabe o porquê da demora dele hoje?
- Ouça bem filho, seu pai foi vítima de uma emboscada.
- E como ele está? Onde ele está? - interrompeu o rapaz já com a voz trêmula, se segurando para não chorar, pois ele já sabia a resposta que iria ouvir.
- Você tem que ser forte agora John, agora você é o homem da família, você será o apoio de sua mãe, irmã e irmão. - Falou o Sr. Willes, tentando dar forças a aquele rapaz a quem ele tanto prezava.
- O que aconteceu? - interrompeu novamente o menino.
- Infelizmente seu pai morreu John. Ele não resistiu aos ferimentos, ele levou seis tiros. Ele aguentou o possível, mais...
Johnn acertou um soco na parede de sua casa, e começou a chorar, dava pra sentir a dor em seus prantos. Passados alguns minutos, já na sala de estar estavam John, Bryan, o Sr. Willes e os outros dois homens que estavam com ele e Rebecca, irmã já moça de John. O padrinho do menino dizia que iria ajudar a eles em tudo, principalmente em arranjar um bom casamento para Rebecca e providenciaria os estudos de Bryan, ele dizia que faria isso pela amizade que tinha com seu pai há anos. Mais o que mais afligia a John era como iria contar a terrível notícia a sua mãe.
- Margareth não irá suportar a notícia... Não sei o que podemos fazer... - Disse Willes lastimoso.
- Deixe que essa notícia nós contaremos, os filhos dela. - Falou Johnn.
Vendo que seu papel ingrato já havia sido feito Sr. Willes se retirou. John o acompanhou e os outros dois homens até a saída. O rapaz agradeceu o a consideração de seu padrinho e voltou a sala, abraçou seus irmãos, e os três foram juntos ate os aposentos de sua mãe doente dar-lhe a notícia. Rebecca bate á porta, e bem devagar a abre, o que se via no quarto era uma cama, que apesar de ser nova não era muito luxuosa, um criado mudo, e um armário no canto do quarto. Sobre o criado mudo havia muitos medicamentos, que serviam para aplacar as crises de enxaquecas que a mãe dos meninos constantemente tinha. Os três recém órfãos de pai mal seguraram o choro. Margareth que acordou com o barulho deles entrando no aposento, perguntou:
- O que houve? Porque vocês estão chorando?
- M-mãe, vo-vo-cê tem que ser forte... Disse Rebecca aos prantos.
- O pai, o pai morreu. - Disse John que também se entregou ao choro.
A senhora Walker, não aguentou a notícia e desmaiou. No dia seguinte John se levantou cedo selou seu cavalo e foi até a casa do senhor Willes. O Sr. Willes era o maior comerciante da cidade, ele morava em uma grande casa no centro da cidade de São Miguel, uma das mais antigas cidades daquela região. Quando o rapaz chegou na casa do Sr. Willes, ele estava na porta da mesma, conversando com um homem, Johnn conhecia aquele homem, era Bucky, um capanga do Sr. Willes. Ele que tratava das cobranças do armazém, e vez ou outra John ouvia o pai dizendo que aquele tipo mal-caráter iria trazer problemas ao senhor Willes.
John se aproximou dos dois homens, e os cumprimentou os dois fizeram o mesmo:
- Como vai meu afilhado? - Disse Willes.
- Não muito bem, na verdade estou muito mau com tudo isso que está acontecendo. - respondeu o menino
- Isso logo passa garoto. - disse Bucky se intrometendo na conversa
- E sua mãe como reagiu a notícia? - indagou o Sr.Willes
- Ela ficou muito abalada, acho que nem ao menos conseguirá ir ao funeral de meu pai... E eu estou aqui para tratar disso... - John foi interrompido pelo padrinho que disse que tudo já estava acertado, e que ele deveria apenas se preocupar em consolar sua mãe e irmãos. John agradeceu, e se retirou de lá, ele queria se consolar com sua amada, sua cabeça estava á mil, e somente ela o entenderia. No caminho até a casa de Ally, ele cruzou o caminho com Herby e Michael Shelton, seus melhores amigos. Os dois tinha a mesma faixa de idade de Johnn. Herby era o mais velho, era loiro e parrudo, porém não era muito esperto, Michael também era loiro, porém era raquítico e muito inteligente. Herby vendo o amigo já foi falando:
- Johnnie! Nós ficamos sabendo do que houve não se fala em mais nada na cidade... E como você está?
- Se tiver um modo de nós ajudarmos e só falar amigo, estamos aqui para o que você precisar. - Disse Michael, enquanto arrumava seus óculos que viviam a cair de seu rosto. John respondeu:
- Agradeço a intenção de vocês amigos, mais já está tudo acertado, o meu padrinho, o Sr. Willes já aprontou tudo. - Explicou o rapaz, com paciência.
- E Ally, já sabe do que aconteceu? - perguntou o irmão mais velho.
- Não, na verdade eu estava indo para a casa dela agora. - respondeu Johnnie
Os jovens se despediram. Os Sheltons seguiram o seu rumo, enquanto Johnnie se dirigiu para a casa de Ally. Chegando na casa de Ally, Johnnie bateu á porta, quem atendeu foi a senhora Kezman, ela deu seus pêsames ao rapaz e foi chamar a filha. A família de Ally sabia do seu namoro com o rapaz, o Senhor e a Sra. Kezman faziam gosto do namoro, já que o rapaz era um bom partido, filho do xerife e um dos poucos rapazes da cidade que tinha estudo, mais isso foi antes da morte do xerife Walker, agora aquele rapaz não tinha mais meios de continuar estudando, e o senhor Kezman, que trabalhava no banco, havia ouvido um rumor que o pai de Johnnie havia feito uma hipoteca de sua casa, e o rapaz não teria meios de honrar a dívida, ou seja, logo aquela família estaria na rua. Ally chegou, ela era uma jovem que não era nem bela nem feia de rosto, mais seu corpo era bem feito, de cabelos ruivos e pele branca, como sua mãe. Ela foi abraçar John que começou a chorar.
- Meu amor não fique assim, eu estou aqui pra te ajudar, te apoiar. - Disse a jovem, também com os olhos cheios de lágrimas.
Johnnie ficou por lá por cerca de 2 horas, depois voltou para casa, ele tinha que se arrumar e buscar sua família para o velório. Já no velório de seu pai, Johnn estava acabado, sua mãe e irmãos não paravam de chorar. Sr. Willes chamou John e disse que já havia pegado os culpados pelo crime, eram assaltantes da região, ele e seus homens já havia dado cabo deles, John agradeceu a ele. O velório terminou e a família Walker foi acompanhada até em casa pelo Sr. Willes e seus dois capangas Bucky e Schole. A senhora Walker se despediu dos três homens e pediu para que seus filhos entrassem com ela, ela queria ficar junto deles. A noite novamente foi longa, mais dessa vez John não conseguiu dormir.

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