sábado, 19 de dezembro de 2009

Johnnie Walker, O pistoleiro de Satã. - CAPT. I



"Johnnie Walker, O pistoleiro de Satã." É um conto seriado de João "JP" Pedro, publicado semanalmente aqui no Blog Contos Infindáveis.

O PANDEMONIUM




Mais uma noite chega à pútrida cidade de Tombstone, uma outrora próspera cidade cheia de cassinos e saloons, e claro, muitos homens dispostos a gastar todo o seu dinheiro em noitadas de jogatina e sexo regadas a muito a whisky. Atualmente a cidade é nem sequer sombra do que foi em seus tempos áureos. As minas da região já não tinham mais ouro como, antes sem dizer que nenhum homem de bem aguentaria ficar mais do que algumas temporadas naquele inferno que já estava sendo chamado de Sodoma do Delaware, restavam assim somente criminosos e homens sem escrúpulos na cidade. E é como dizem, uma cidade é o reflexo de seus moradores.

Dentre todos os antros de perdição da cidade o mais famoso era o Santa Madre Cassino, seu dono o Joe, era um homem na casa dos 40, ele tinha o desagradável costume de falar atropelando suas próprias palavras, e não raramente salivava como um porco ao dar suas gargalhadas estridentes. Cicatrizes recortando toda a sua face completavam a sua aparência perturbadora. Seu saloon não divergia dos demais da cidade, a não ser pelo fato das melhores prostituas estarem lá.

No ultimo dia do mês o bar lotava mais do que o habitual, já que a cidade estava cheia de pobres diabos viciados em jogatina e bebida que não paravam de gastar o dinheiro que já não tinham. Mas nessa noite em particular os ânimos estavam mais exaltados. Talvez fosse culpa dos peles-vermelhas que voltaram a incomodar os moradores de Tombstone ou talvez fosse porque já se passavam das 2 da manhã e todos já estavam bêbados. No canto do balcão uma figura intrigava o dono do bar, ele estava ali parado com uma garrafa de whisky 12 anos sozinho bebendo e calado. Só abria a boca para de vez em quando mandar Joe lhe trazer uma nova garrafa. Joe já inquieto chamou um homem com cerca de 45 anos, grisalho e bem vestido que estava numa mesa perto do balcão com um gesto discreto e falou:

- Hei Wayne, você conhece aquele cara ali? Não sei não acho que ele nós trará problemas...

- Am?! Nunca o vi por aqui, mais pode deixar que eu cuido dele pra você! Ha-ha-ha! - Falou o homem enquanto ia à direção ao forasteiro.

As pernas já bambas de tanto que bebeu e soluçando sem parar. Ele se aproximou da estranha figura e já foi vomitando asneiras:

- Hei você! Não sei quem você pensa que é pra ficar aí bebendo sozinho, você se acha melhor do que agente? Sabe o que eu vou fazer com você? Vou lhe dar uma lição. - Disse Wayne já se alterando.

- Eu não quero problemas companheiro vê se da meia volta e me deixa em paz aqui com minha bebida, ou você vai se arrepender de ter acordado hoje. - Falou o forasteiro, levantando a aba de seu chapéu com o dedo indicador e olhando fixamente paras os olhos do encrenqueiro.

O bêbado ficou furioso, pegou uma garrafa vazia de uma mesa ao lado e quebrou. Com um caco grande da garrafa em mãos ele avançou para cima do forasteiro aos berros:

- Eu vou te rasgar todo seu cachorro féladaput... -

Ele mal pode termina o insulto, no meio da investida o forasteiro se levantou e deu um chute na boca-do-estômago do brigão, sacou uma colt. 38, acertou o nariz dele com a coronha trabalhada em madre-pérola e o derrubou no chão sujo do saloon com uma rasteira, nesse momento o bar inteiro já estava em silêncio total, ninguém podia acreditar no que aquele homem havia acabo de fazer, acertar assim o Xerife da cidade. O forasteiro não sabia que aquele homem idiota e descontrolado que ele havia batido era o Xerife, mais isso também não importava a ele, só o que lhe importava era dar um bom corretivo no infeliz que mexeu com o homem errado. Ele pegou o caco de garrafa que Wayne pretendia usar para dar cabo de sua vida, e o cravou na orelha dele, e com sangue frio ele arrancou a orelha do homem e disse bem calmamente sem demonstrar nenhuma emoção:

- Abre a boca e mastiga isso.

O Xerife que a essa altura já estava aos berros, parou de gritar, e trancou os dentes. O forasteiro continuava frio como antes, ele não mudou sua expressão em nenhum momento desde que adentrou o saloon. Ele usou os pés de um banquinho para estrangular o Wayne, que se via sem ação, pegou um isqueiro no bolso de sua calça e acendeu junto ao queixo dele, até que ele não aguentasse mais de dor e abrisse a boca. Com um sonoro berro de dor, o pobre azarado abriu a boca, essa foi a deixa para que o desconhecido bárbaro enfiasse a orelha do homem dentro de sua boca. Depois ele a fechou com sua mão, e o forçou mastiga-la. E disse:

- Você tinha duas orelhas para ouvir mais, e uma boca para falar menos. Talvez agora com apenas uma orelha você aprenda a lição. -

Nesse momento ele percebeu algo que brilhava debaixo do casaco de sua vítima, era uma insígnia de xerife.

- MALDITO! Quem você pensa que é pra fazer isso a meu irmão, seu escroto você me paga! - Disse um homem alto, meio corpulento que estava no alto da escada com um coldre na mão fechando as calças, atrás dele estava uma prostituta semi-nua. O outro homem aparentemente era o oficial do xerife, pois portava também uma insígnia. Ele desceu a escada sacou pistola encarando aquele homem estranho, que permanecia ali, parado, tranqüilo com o caco de garrafa nas mãos ensanguentadas. Quando ia atirar, ele foi contido por Joe, que argumentou:

- Não, não, por favor, eu ainda nem terminei de pagar os concertos da ultima briga, resolvam isso lá fora... - Antes mesmo de terminar seu argumento o dono do saloon já estava caindo no chão, o forasteiro deu um tiro na cabeça dele, que a estourou na altura da nuca. O oficial do Xerife virou uma mesa e a usou como cobertura, o forasteiro também fez o mesmo com outra mesa. Quando o oficial se levantou para atirar no pistoleiro sanguinário, mal pode mirar, pois já estava com uma balada cravada no meio do peito. Agora o pistoleiro pela primeira vez na noite mudou sua expressão, agora ele tinha um leve sorriso no canto dos lábios.

Quem não fugiu do saloon se escondeu atrás do balcão ou de mesas. No bar antes da confusão havia cerca de 25 pessoas, depois dela só sobraram oito pessoas lá: três putas atrás do balcão, três homens atrás de uma mesa que antes estava ocupada por eles jogando pôquer e dois outros homens que se tremiam todos, encolhidos num canto do saloon. O pistoleiro guardou sua companheira calibre. 38 no seu coldre. Pegou um facão que ele carregava em seu cinturão. Um dos homens atrás da mesa de carteado percebeu que o pistoleiro estava sem arma de fogo nas mãos e achou que era o momento certo para agir. Sacou sua arma, se levantou e tentou atirar no pistoleiro, mais não teve nem tempo, antes de perceber ele já estava com o facão preso em seu em seu abdomen. O pistoleiro sacou sua arma atirou na cabeça do idiota que achou que podia com ele, atravessou em passos vagarosos aquele caos. Quando se aproximava um segundo homem tentou atirar nele mais o seu destino foi o mesmo dos outros que haviam tentado isso naquela noite. O terceiro que estava atrás da mesa estava desarmado e tentou acerta-lo com uma cadeira, o pistoleiro, sedento de sangue se esquivou e com um gancho de direita acertou o queixo do adversário, e começou uma sequência de golpes: começou com um direto bem no meio de seu rosto, depois aplicou um gancho de esquerda no nariz dele, uma joelhada no estômago e terminou com um pisão no joelho que provavelmente destroçou completamente a rótula dele.

Depois da briga ele pegou sua faca presa na barriga do recém morto, e voltou para o homem com quem ele acabou de brigar. O pistoleiro, já com sede de sangue, pegou seu facão, abriu a camisa do homem que estava caído no chão. Fez um corte transversal em sua barriga, enfiou a mão dentro, e com um movimento suave, porém firme, arrancou as vísceras do infeliz que a esse momento já urinava nas calças de tanta dor. Com as vísceras do homem em suas mãos ele as usou para estrangulá-lo até a morte depois se virou para o xerife que estava em estado choque caído no chão imundo do saloon, e disse:

- Então você era o xerife desse chiqueiro?Hum... Agora eu sei por que esse lugar fede tanto... - Falando isso ele pegou sua faca, se agachou e cortou os tendões das pernas do Xerife, arrancou os dedos indicadores dele para que ele não pudesse mais usar uma arma de fogo durante o resto de sua vida miserável. Nesse instante ele sentia como se uma fogueira tivesse sido apagada dentro de seu coração. Toda aquela sede de sangue, que o induziu a tais atos hediondos havia passado. Ele se levantou andou em direção ao balcão pegou uma garrafa pela metade de whisky 12 anos e uma caixa de charutos, olhou para traz do balcão, debaixo dele haviam três putas, ele disse:

- Hei meninas, quero relaxar. Alguma de vocês quer vir?- Elas choravam muito nessa hora, com medo pararam de chorar. Temiam provocar sua fúria. Levantaram-se e foram em direção a ele, ele abraçou duas e as juntou mais a seu corpo, entregou a garrafa e a caixa de charutos há outra e subiu as escadas, quando estava na metade da escada disse:

- Hei vocês dois covardes aí, podem ficar tranquilos não pretendo estragar minha noite matando vermes como vocês... Sumam daqui antes que eu tenha voltado. E... E se alguém perguntar a vocês quem fez isso digam que foi Johnnie Walker, o pistoleiro de satã. Entendido?

- Si-si-sim, senhor. - Gaguejou um jovem loiro e magrelo que morrera de medo daquele homem, ou melhor, demônio que fez de uma simples noitada, uma chacina sangrenta.

Depois de dado o recado Johnn subiu as escadas e foi ter seu merecido relaxamento com as três melhores vadias da Cidade de Tombstone.

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